sábado, 14 de março de 2009

Ele

É tão curioso
Hoje vim para a faculdade bem mais cedo do que o habitual. Fiquei puta da vida porque passei mais de uma hora no trânsito. Se soubesse teria saido de casa as sete horas da noite mesmo.

Eis que a vida nos surpreende...

Roxa de fome, sentei para almoçar. Quando estou devorando o prato igual um mestre-de-obras, o vejo. Ele. O cara para o qual escrevi minha primeira carta de amor. Aquele cara que passei horas e horas a olhar pela janela, apenas para tentar vê-lo pela sacada. Meu primeiro amor. (Eu acho).

Preciso explicar, antes dele, vieram dois.

Um deles estudou comigo no jardim dois. Não lembro do nome, mas sim do rosto. Depois estudamos juntos no colegial e eu mais nada senti. Foi carinho. Amor de primavera.

Depois foi um vizinho. Era meu melhor amigo e, de repente, eu e metade das meninas do prédio eramos caidinhas por ele. Na minha ingenuidade, contei para irmã de uma amiga minha, que contou para meu amigo, que contou para ele. Ele nunca mais falou comigo. Eu fiquei triste, mas passou. Esses dias o vi por aí, mas o sentimento nào mais existia. Amor de verão.

Agora, o primeiro amor, eu bem me lembro. Faziamos atividades esportivas no mesmo lugar. Terças, quintas e sextas. Nos viamos todas as terças. Ele não era da mesma turma que eu, mas, nestes dias em especial, reuniam-se todos para o futebol. Não me lembro quantas vezes trocamos palavras. Sei que uma vez fomos embora juntos. Ele morava no prédio da frente. E eu podia ver a sacada do apartamento pela minha janela.

Tá, foram coisas ridículas que fiz, mas, Fernando Pessoa prevera. Sabendo o endereço e o nome completo dele, consegui o telefone dele. Liguei com a pior desculpa do mundo e desliguei. Alguns dias depois, deixei uma carta para ele. Não sei o que escrevi, mas obvio que ele sabia o que eu sentia. Ele nunca respondeu. Alias, ele nunca demonstrou nem ao menos gostar da minha companhia.

Coincidências acontecem.

Uma vez, entrei no ônibus, no meio da avenida paulista e ele estava lá. Procurei ele pela internet e soube que ele estudava na mesma faculdade que eu. Já o vi algumas vezes, mas faz muito tempo.

Hoje, o vi denovo.

Não tive menor vontade de falar com ele. Nem saberia o que falar. Seria estranhissimo. Apesar que me daria um prazer imensurável deixá-lo nesta situação. Não sinto nada por ele. Eu olho e tenho impressão de que ainda conheço ele. De certo, nunca conheci. Mas, essas coisas acontecem não é?


O mais legal é que agora toda minha irritação a respeito do trânsito e do tempo perdido passou. Chegou apenas a inspiração.

Agora tô tentando fazer essa budega de wi-fi conectar o note. Pra postar, responder e-mails e fazer o trabalho. (Que afinal, foi para isso que vim!)

2 comentários:

  1. A Bruna também é humana...

    SObre esse post, eu já escrevi uma coisa parecida, no primeiro blog que eu fiz...de uma ex que eu encontrei no pontod e onibus, na primeira vez parei pra falar com ela, não saimos do trivial, oi tudo bom que ta fazendo...da outra vez que encontrei com ela...desencanei de falar...pq não tinha mais o que falar...

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